Resenha do filme Conclave (2024, Edward Berger)

Se o filme “Conclave” (2024) for visto exclusivamente pela lente da linguagem cinematográfica, pode-se dizer que o diretor alemão Edward Berger (de ‘Nada de Novo no Front’) em parceria com o roteirista Peter Straughan fizeram um trabalho respeitável. Ao olhar pelo ângulo da técnica, essa adaptação do livro homônimo de Robert Harris, se tornaria um thriller arrebatador. Entretanto, o enredo criado para retratar um Conclave é de uma heresia descomunal, uma militância revolucionária à Tradição da Igreja Católica. Cabe interpretar como um ranço odioso dos progressistas frente à guerra cultural e espiritual contra a Santa Igreja.


Realmente deve-se elogiar as qualidades técnicas aplicadas à produção do filme “Conclave”: é assertiva a escolha do elenco, porém a forma caricata de retratar os cardeais é de uma desonestidade característica de Hollywood; a tríade formada pelo design de produção (Suzie Davies), figurino (Lisy Christl) e fotografia (Stéphane Fontaine) facilitam a criação atmosférica que o diretor quer captar através de suas lentes e assim transmitir a sua mensagem (herética); a música inserida nas cenas possui uma intensidade que envolve o espectador à trama, Volker Bertelmann (ou Hauschka) compôs uma trilha sonora impactante e o cúmplice Nick Emerson dá aquela mão para o diretor editar e montar a história do Conclave como bem entender (ou mal).

Vale um registro interessante e que provavelmente ajudou na concepção artística dos cenários e também dos figurinos vistos ao longo da história: o escritor responsável pelo livro homônimo – no qual Peter Straughan adaptou o seu roteiro – registra em algumas páginas que a concepção da história de “Conclave” foi fruto de extensa pesquisa e inclusive o acesso de Robert Harris (escritor) aos lugares de trânsito dos cardeais no período do Conclave foi autorizado pelo Vaticano, principalmente à Capela Sistina – lugar onde os membros do Colégio Cardinalício fazem as votações.

O decano Lawrence e mais três cardeais rezam diante do corpo do Papa sobre a cama do apartamento papal.
O Decano Lawrence (Ralph Fiennes) em companhia dos cardeais Tremblay (John Lithgow), Adeyemi (Lucian Msamati) e Bellini (Stanley Tucci) se reúnem em volta da cama onde está o corpo do papa para rezar. Logo após, o Camerlengo quebra o Anel do Pescador e anuncia que a Sé está vacante.

Por mais que o filme “Conclave” esteja enquadrado na temática religiosa – ao representar de maneira capciosa o ritual secular praticado pela Igreja Católica para eleger um novo Papa -, isso não o faz um filme religioso, nesse caso, muito pelo contrário, parece mais uma propaganda anticatólica fantasiada de filme, pois há imposições explícitas no enredo inclinado a seguir agendas progressistas e deturpar a doutrina da Igreja Católica. 

Se for criticar somente pela visão cinematográfica, puramente técnica, o longa-metragem “Conclave” merece uma avaliação até generosa, uma vez que se vê na tela todo o empenho em entregar qualidade intrínseca aos fatores técnicos e também artísticos, ambos os quesitos são aplicados com grande eficiência ao engodo.

Ademais, a história narrada em “Conclave” caminha de mãos dadas com a ideologia progressista e abraça com carinho e amor a propensão herética. Não é recente o ranço com a Igreja Católica pela ala dominante de progressistas arruinando Hollywood – indústria que insere no enredo de suas produções “religiosas” sementes revolucionárias que indiretamente (ou diretamente) colaboram na militância para deformar e destruir os princípios do cristianismo. Essa estratégia pela via cultural é um dos meios para praticar o desserviço à Igreja de Cristo que objetiva, sobretudo, influenciar o espectador ao afrouxamento de sua fé transcendente, levando a pessoa à descrença, a ausência dos princípios morais da Igreja de Deus e por consequência trágica, à apostasia.

Assistir a este filme e permanecer em silêncio é uma ação difícil de conter diante de um enredo criado para ludibriar o público. Os personagens cardeais escritos para a história são exemplos ruins em seus propósitos, os atores cedem às interpretações caricatas (apesar do elenco conter nomes cuja habilidade do seu ofício é notável), todos se apresentam mais perdidos que turistas com a bateria do GPS descarregada. A imagem recriada do Conclave é de total balbúrdia e desrespeito à religião católica.

Quase tudo se vê de errado onde quase nada disso existe de fato. Durante o Conclave, cardeais trocam ofensas e acusações pessoais para desmoralizar e tirar votos, uma política ferrenha. Vê-se influências externas, um entra e sai do Conclave que não condiz com a verdade – para assegurar a confidencialidade do processo, os cardeais ficam dentro da Capela Sistina e são trancados “com chave”, por isso o nome Conclave (do latim ‘cum clavis’, traduzido como ‘com chave’). Outro absurdo do roteiro: um cardeal rompe o lacre de cera colocado à porta de acesso ao aposento do papa falecido – esse ato é realizado somente pelo novo sumo pontífice eleito.

Momento que o Decano Lawrence rompe o sigilo do aposento papal.
Momento que o Decano Lawrence comete um ato permitido somente pelo novo papa eleito: por livre e espontânea vontade, o cardeal rompe o lacre de cera – utilizado para demarcar o sigilo do aposento papal – para adentrar escondido ao apartamento.

Ainda debruçado nos erros grosseiros inseridos nesse falso Conclave made in Hollywood, a presença repentina do Cardeal ‘in pectore’ Benitez (Carlos Diehz) e seu acesso ao Conclave, reserva um desfecho inspirado no “pai da mentira” (dá um Google aí), ação que não vai acontecer na Igreja Católica. Para ter uma noção, o Cardeal  ‘in pectore’ citado, jamais deveria participar do Conclave, pois assim que ele chega para participar da abertura do Conclave e se junta ao Colégio dos Cardeais, o papa já estava morto e não fizera a nomeação pública de cardeal em vida, ou seja, Benitez nunca foi de fato um cardeal e muito menos pudera participar da votação para a escolha do novo sucessor de Pedro.

O que é a nomeação ‘in pectore’: expressão latina de tradução literal “no peito” ou “no coração”, quer dizer que a ordenação cardinalícia fica apenas no coração do Papa (assim ‘in pectore’); desse modo, não se faz uma nomeação imediata e pública para resguardar a identidade da pessoa por motivos que podem estar relacionados a perseguições políticas ou religiosas, ou até às restrições que um determinado país possa ter contra a Igreja Católica. 

É inimaginável no que transformaram o Conclave – tentaram fazer uma revolução que nasceu e morreu no final esdrúxulo, assim espero. A todo momento o roteiro espalha sementes revolucionárias para que elas possam germinar e desabrochar lentamente na cabeça das pessoas, convertendo-as em seguidores e defensores de pautas progressistas – vale lembrá-lo que o demônio se utiliza da mesma arma para confundir as pessoas até que suas vidas sejam destruídas através da sua única arma: a mentira.

O que dizer da homilia de abertura do Conclave? Quantos absurdos profanados pela boca do Decano Lawrence, visivelmente um homem afogado na sua crise de fé. Pior ainda é o discurso do Cardeal ‘in pectore’ Benítez, ele diz que a Igreja não é tradição, que a Igreja não é passado e que a Igreja é o que faremos a partir de agora. Quanto absurdo em uma fala.

Por outro lado, o diretor Edward Berger parece captar fielmente os detalhes dos bastidores de alguns ritos da Igreja Católica destinados a confirmação da morte do Santo Padre até o Conclave: a quebra do Anel do Pescador utilizado pelo Papa é filmado em detalhes, assim também é visto todo o processo de soltar a fumaça que confirma para o mundo a escolha de um novo Papa (a fumaça preta indica que os Cardeais ainda não chegaram a um consenso e a fumaça branca quando temos um Papa, em latim ‘Habemus Papam’). Esses detalhes sobre os bastidores do Vaticano – durante a morte do Papa até a votação no Conclave – fazem parte dos pontos positivos do filme, da mesma maneira o apuro quanto à beleza estética vista no figurino e na direção de arte.

O final de “Conclave” revela o desabrochar daquela semente semeada ao longo da narrativa, apresentada no formato de um plot twist (reviravolta) dantesco para fazer com que as pessoas caiam nessa mentira revolucionária. A derradeira cena tem como precursor o personagem do Cardeal ‘in pectore’, Benítez. Essa mentira, apresentada no final do filme, foi criada com a intenção de confundir as pessoas, algo que nunca aconteceu e que não vai acontecer na Igreja Católica. Trata-se de um final que prega – a qualquer custo – a revolução sobre a tradição de dois mil anos.

Por fim, o avanço da agenda progressista em Hollywood quer inserir a cultura woke nas produções audiovisuais, mas ao invés de criar as suas próprias histórias e as transformá-las criativamente em conteúdos inéditos, não, a turma do “amor venceu” prefere destruir o que já foi feito e aprovado com sucesso, para distorcer e adaptar o enredo original conforme manda a cartilha do establishment. Vide a distorção que este filme faz com a imagem do Conclave, ritual da Igreja Católica decretado pelo Papa Gregório X em 1274 (oito séculos) e que desde então se realiza praticamente inalterado.

Deus, perdoa‑lhes, pois não sabem o que fazem.

Inté, se Deus quiser!

NOTA: Nota do crítico: 2 estrelas (regular)

 

Trailer

 

Pôster

Pôster do filme "Conclave" (2024).

 

Curiosidades sobre Conclave

  • Após a morte do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, inúmeras fontes foram citadas por este filme por sua precisão nos detalhes do processo do conclave. Quando o papa é encontrado morto, ele é questionado três vezes se está morto, e um martelo de prata esterlina é batido em sua cabeça antes que a “sede vacante” seja declarada. O anel papal (chamado de Anel do Pescador) é removido e destruído, para evitar que seja usado para falsificar o selo papal em documentos. Um anúncio oficial de que o trono da Santa Sé (o órgão governante da Igreja Católica) está vago é feito, o que dá início a um período de luto de nove dias. Os aposentos papais são fechados com uma fita carmesim e selados com um selo papal de cera. O Colégio Cardinalício é isolado em aposentos (Domus Sanctae Marthae, ou Casa de Santa Marta) para comer e dormir entre as votações. Por fim, as janelas e portas da Capela Sistina, onde ocorrem as eleições e as cédulas são depositadas, são escurecidas, fechadas e trancadas para manter o sigilo do conclave. Novas medidas de segurança também são mostradas, como a varredura da Capela Sistina em busca de dispositivos eletrônicos de escuta. Documentos de identidade são emitidos para todos os servidores do conclave após a descoberta de um repórter disfarçado de servidor durante o conclave que elegeu o Papa Bento XVI em 2005. Todos os membros do Colégio Cardinalício são obrigados a entregar seus celulares e outros dispositivos eletrônicos, a rede Wi-Fi da Cidade do Vaticano é temporariamente desligada e bloqueadores de sinal sem fio são ativados dentro da própria Capela Sistina;
  • A figurinista Lisy Christl não se impressionou com as vestes vermelhas que os cardeais usam atualmente, considerando-as muito monótonas. Ela escolheu um vermelho usado em vestimentas do século XVII, pois eram muito mais vibrantes;
  • Em 533, João II tornou-se o primeiro papa a adotar um nome papal. Ele considerou seu nome de nascimento, Mercúrio, inapropriado por ser também o nome de um deus romano. O último papa a manter seu próprio nome como nome papal foi Marcelo II, em 1555;
  • Quando Lawrence olha na gaveta lateral do falecido Papa, encontra um monte de elásticos. Esta é outra pista de que o falecido Papa era o Papa Francisco, pois foi relatado que, ao ser elevado a Papa, ele ligou pessoalmente para sua banca de jornal em Buenos Aires para avisá-lo de que não continuaria com o costume de devolver os elásticos de seu jornal diário no final de cada mês;
  • Enquanto escrevia o roteiro, Peter Straughan disse que se encontrou com um cardeal para discutir a logística do conclave. Ele também fez um tour privado pelo Vaticano e disse que não sentiu hostilidade enquanto esteve lá e que sentiu que o Vaticano estava aberto a ele;
  • O compositor Volker Bertelmann não queria uma trilha sonora tradicional para o filme, pois achava que isso era muito óbvio. Então, escolheu um instrumento menos conhecido: um Cristal Baschet, um cristalofone tocado esfregando os dedos molhados;
  • No romance, o cardeal Benitez é filipino e da Arquidiocese de Bagdá, não de Cabul;
  • Quando Lawrence e Bellini discutem o tamanho das batinas no varal, isso é uma indicação do que acontece após a eleição de um novo pontífice. Antes de o novo Papa saudar os fiéis, assistentes leigos, conhecidos como cavaleiros papais, o ajudam a vestir suas vestes. Uma variedade de tamanhos está disponível para sua primeira aparição. No dia seguinte, o novo Papa é medido para um novo traje;
  • Observe que não há imagens das multidões que comparecem regularmente ao Vaticano. Financeiramente, isso teria sido custoso de incluir, mas Edward Berger não tinha interesse em incluí-lo. Ele queria que seu público se concentrasse nas maquinações internas da mente do Cardeal Lawrence, sem quaisquer distrações externas;
  • Os interiores dos palácios do Vaticano foram filmados no Palácio Real de Caserta, 35 km ao norte de Nápoles, a principal residência dos governantes do Reino de Nápoles, perto de Nápoles. O mesmo local foi usado como palácios do Vaticano em “Il pap’occhio” (1980), também estrelado por Isabella Rosselini;
  • O Cardeal Thomas Lawrence é o Decano do Colégio Cardinalício. O Decano sempre detém o título de Cardeal Bispo. Além de supervisionar as reuniões diárias dos cardeais, ele é responsável por convocar o conclave para eleger um novo papa após morte ou renúncia, e atua como chefe temporário da Igreja enquanto o trono da Santa Sé estiver vago. O Decano é auxiliado por um Vice-Decano, que também é Cardeal Bispo. Na ordem de precedência na Igreja Católica, o Decano e o Vice-Decano, como os dois Cardeais mais antigos, são o segundo e o terceiro depois do Papa. Eles não têm autoridade real sobre os outros cardeais, exceto quando o Decano está exercendo suas funções durante uma vacância papal. Antes de 1965, o Cardeal Bispo que havia servido como Bispo de uma sé suburbicária (as dioceses localizadas em Roma) por mais tempo era o decano. Em 1965, o Papa Paulo VI autorizou os Cardeais Bispos a eleger o Decano dentre eles. Antes de 2019, o Decano ocupava o cargo vitalício. Em 2019, o Papa Francisco declarou que um Reitor cumpriria um mandato de 5 anos e só poderia servir por um total de dois mandatos;
  • A palavra conclave deriva do latim que significa “um lugar que pode ser trancado”, ou “come” (junto) e “clavis” (chave);
  • Tedesco cita o poema de William Butler Yeats “The Second Coming” (‘A Segunda Vinda’), sobre o nascimento do Anticristo – ‘As coisas desmoronam, o centro não consegue se manter’;
  • Nos dias anteriores à maquinaria e aos efeitos especiais de fumaça mostrados no filme, os votos de uma rodada malsucedida eram tradicionalmente queimados com palha para dar à fumaça uma tonalidade escura. A fumaça branca da chaminé do Vaticano sinaliza que outro Papa foi eleito;
  • Esta é a quarta vez que um cenário da Capela Sistina é construído nos Estúdios Cinecittà para um longa-metragem, depois de “Agonia e Êxtase” (1965), “As Sandálias do Pescador” (1968) e “Dois Papas” (2019);
  • Isabella Rossellini, que começou a atuar em filmes na década de 1970, recebeu sua primeira indicação ao Oscar por sua atuação neste filme;
  • A agora famosa “reverência” (na verdade, chamada de genuflexão) que a Irmã Agnes faz após terminar seu monólogo foi improvisada por Isabella Rosselini. “Nenhum de nós tinha a mínima ideia”, disse Edward Berger em uma entrevista ao “New York Times”: “Definitivamente foi ela.”;
  • As filmagens ocorreram de janeiro a março de 2023 em Roma, Itália. Algumas cenas foram filmadas nos estúdios da Cinecittà;
  • Edward Berger tinha esse filme pronto para ser lançado, mas teve que adiar o início dele quando “Nada de Novo no Front” (2022) de repente decolou no circuito de premiações, culminando em quatro Oscars;
  • Os cenógrafos se dedicaram com grande cuidado à reprodução da Capela Sistina, embora tenham tomado alguma liberdade artística com a Domus Sanctae Marthae. Tornaram o cenário mais semelhante a uma prisão para aumentar a tensão dramática, pois consideraram a versão real um tanto monótona. Os figurinistas visitaram Gammarelli, Tirelli Costumi e vários museus em Roma como parte de sua pesquisa. Para o traje vermelho dos cardeais, a figurinista Lisy Christl optou por um tom usado nas vestes cardinalícias do século XVII, em vez do escarlate das modernas, acreditando que seria “muito mais bonito e muito mais agradável aos nossos olhos”;
  • Na Igreja Católica Romana, o cargo de Cardeal é o do membro mais antigo do clero, abaixo do Papa. O título de Cardeal remonta a séculos e foi inicialmente concedido a padres que estavam permanentemente vinculados a uma das vinte e cinco ou vinte e oito igrejas tituli romanas, as igrejas estabelecidas nos primórdios do cristianismo, onde as casas eram usadas como igrejas ou quase-paróquias, que são igrejas que ainda não são oficialmente reconhecidas como tal. Todos os Cardeais detêm privilégios e responsabilidades na Cidade de Roma. Tradicionalmente, todos os Cardeais devem ser ordenados padres, tradicionalmente consagrados como bispos, embora o Papa possa abrir exceções para indivíduos que considere dignos da honra. A Igreja Católica Romana tem três categorias de cardeais: diácono, presbítero e bispo. O primeiro e o mais baixo na categoria são os Cardeais Diáconos, chefes de uma diaconia romana. O Cardeal Diácono mais antigo é responsável por anunciar a eleição de um novo papa. Historicamente, os Cardeais Diáconos eram os homens designados para as sete regiões da Diocese de Roma. Esses diáconos se concentravam principalmente no serviço à comunidade, serviam a propósitos administrativos e estavam vinculados a uma igreja específica. Os Cardeais Diáconos ainda são designados para essas antigas regiões ao redor de Roma, mesmo que apenas superficialmente, e ocupam cargos importantes dentro da hierarquia do Vaticano. Os Cardeais Diáconos não são ordenados diáconos permanentes; são sacerdotes plenamente ordenados e bispos consagrados. Após servir como Cardeal Diácono por dez anos, o Cardeal pode “optar” por se tornar Cardeal Presbítero. Em seguida, vêm os Cardeais Presbíteros, a segunda ordem hierárquica mais alta. Os Cardeais Presbíteros são as relíquias modernas da Igreja antiga. Os homens que detêm o título de Cardeal Presbítero ainda são designados para uma dessas antigas igrejas tituli. Os Cardeais Presbíteros normalmente recebem o cargo de Bispo ou Arcebispo de uma diocese que a Igreja considera importante, além de sua nomeação para uma das igrejas tradicionais em Roma. Estas são as categorias cardinalícias mais numerosas e as únicas cuja função principal é a de um funcionário do Vaticano. Em vez disso, eles representam o Papa fora de Roma. A categoria mais alta é a de Cardeais-Bispos. Estes são os conselheiros mais graduados do Papa. Os Cardeais Bispos presidem uma das sete sedes suburbicárias (dioceses) ao redor de Roma, com o Deão do Colégio Cardinalício servindo em duas sedes suburbicárias. Além desses Cardeais, estão os Patriarcas (arcebispos maiores de mais alta patente) das Igrejas Católicas Orientais. Os Cardeais Presbíteros Sêniores podem ser promovidos a Cardeais Bispos a critério do Papa. Fora dos Patriarcas Católicos Orientais, todos os outros Cardeais Bispos ocupam cargos de alto nível na Cúria Romana ou no governo do Vaticano. Em 2024, a Igreja tinha 253 cardeais: 35 Cardeais Diáconos, 206 Cardeais Presbíteros e 12 Cardeais Bispos. Todos os membros das três classes de Cardeais são membros do Colégio Cardinalício e são responsáveis ​​por eleger um novo Papa. Cardeais com mais de 80 anos no momento da morte do Papa são proibidos de servir como eleitores em um Conclave. Há 137 Cardeais eleitores. Entretanto, segundo o Direito Canônico, qualquer homem batizado na Igreja Católica pode ser eleito Papa, mesmo que não seja um padre ordenado;
  • O filme foi nomeado um dos 10 melhores filmes de 2024 pelo “National Board of Review” e pelo “American Film Institute”. Entre outros prêmios, recebeu 12 indicações na 78ª edição do “British Academy Film Awards”, vencendo quatro – o maior número da noite – nas categorias de “Melhor Filme”, “Melhor Filme Britânico”, “Melhor Roteiro Adaptado” e “Melhor Edição”, além de oito indicações na 97ª edição do Oscar (incluindo ‘Melhor Filme’) e seis no Globo de Ouro (vencendo ‘Melhor Roteiro’);
  • O conclave mais longo da história durou 33 meses para eleger o Papa Gregório X no ano de 1271;
  • Segundo a “Variety”, após a morte do Papa Francisco, a audiência do filme aumentou 283%, atingindo quase 7 milhões de minutos assistidos. A empresa de monitoramento “Luminate”, citada no “The New York Times” em 23/04/25, afirmou: “Os dados mostram um aumento de +3.200% na audiência semanal.”;
  • O elenco do filme inclui quatro indicados ao Oscar: Ralph Fiennes, Stanley Tucci, John Lithgow e Isabella Rossellini;
  • No romance, o personagem de Ralph Fiennes se chama Cardeal Lomeli;
  • Esta é a quinta colaboração do compositor Volker Bertelmann com o diretor Edward Berger. Bertelmann ganhou o Oscar por sua colaboração anterior, “Nada de Novo no Front” (2022);
  • O cineasta Alexander Payne o considerou um dos seus filmes favoritos de 2024, dizendo: “Você simplesmente não consegue acreditar como é fascinante — engraçado, cheio de suspense, com um elenco e atuações tão bons. Berger tem a qualidade milagrosa de fazer algo que você nunca esquece que é um filme, mas, ao mesmo tempo, é como se você estivesse realmente lá.”;
  • Isabella Rossellini cresceu como católica e foi educada por freiras;
  • Brían F. O’Byrne originou o personagem do Padre Flynn na peça da Broadway de John Patrick Shanley, “Dúvida”, que começa com um sermão ecoado por Lawrence, promovendo a necessidade da dúvida como uma parte crucial da fé;
  • Sendo um grande fã dos filmes de Alan J. Pakula, Edward Berger descobriu que o roteiro de Peter Straughan se encaixava exatamente naquele tipo de suspense paranoico que ele amava;
  • Coincidentemente, esta é a segunda vez que Ralph Fiennes interpreta um personagem chamado “Thomas Lawrence”. Anteriormente, ele interpretou uma versão fictícia de T.E. Lawrence (Thomas Edward Lawrence) em “Um Homem Perigoso: Lawrence Depois da Arábia” (1992);
  • O Papa Francisco faleceu em 21 de abril de 2025, o que tornou necessário um conclave real menos de um ano após o lançamento deste filme. Diversas fontes foram citadas pelo filme por sua precisão nos detalhes do processo do conclave;
  • No filme, o Papa morre em um quarto da casa de hóspedes do Vaticano. Tradicionalmente, o Papa mora nos Apartamentos Papais. No entanto, o Papa Francisco decidiu morar em uma pequena suíte de dois cômodos na casa de hóspedes do Vaticano e usar os Apartamentos Papais como escritório. O filme pode estar insinuando que o papa morto é o Papa Francisco;
  • Supondo que nenhum outro papa no universo do filme tenha escolhido o mesmo nome, o novo papa seria Inocêncio XIV. Treze papas foram chamados de Inocêncio; o mais recente, Inocêncio XIII, serviu de 1721 a 1724. Acredita-se que a escolha do nome seja altamente simbólica, frequentemente indicativa da trajetória política que o novo papa seguirá. Neste caso, os papas mais recentes chamados Inocêncio eram reformistas e tomaram medidas contra a corrupção. O nome também é uma alusão irônica à falta de experiência de Benítez em política eclesiástica;
  • Em uma entrevista de 2024 ao “National Catholic Reporter”, Edward Berger falou sobre a importância das tartarugas no filme: “Lembro-me de ver uma fonte cheia de tartarugas nos jardins do Vaticano. Elas foram um presente para o Vaticano e, quando pesquisei o significado das tartarugas em diferentes culturas, descobri que elas têm significados muito variados. Como resultado, elas são ótimas para incluir em um filme, porque sua presença pode estar aberta a muitas interpretações diferentes. Em uma dessas culturas, porém, uma tartaruga simboliza transformação e mudança, em outra, simboliza sabedoria e idade. Achei que seria um bom ponto alto para Ralph Fiennes carregar a tartaruga de volta à fonte perto do final do filme, mantendo essas ideias em mente.” Algumas espécies de tartarugas têm órgãos reprodutores masculinos e femininos. Humanos nascidos com anatomia reprodutiva ou sexual tanto masculina quanto feminina são conhecidos como intersexuais;
  • A reviravolta no final remete a um rumor secular, quase certamente apócrifo, de que o Vaticano costumava realizar um “teste de sexo” em candidatos papais para garantir que fossem homens. Esse rumor, provavelmente inventado como propaganda anticatólica destinada a envergonhar e zombar da Igreja, afirmava que havia uma cadeira especial com um furo no assento para exame, a fim de garantir que o futuro papa tivesse testículos. Essa noção surgiu de outra lenda provavelmente falsa, de que durante a Idade Média houve uma papisa, a “Papisa Joana”, que conseguiu ocultar seu gênero para ascender na hierarquia clerical e chegar ao papado.

 

Ficha técnica

 

Diretor: Edward Berger.
Roteiro: Peter Straughan e Robert Harris.
Produtores: Tomas Alfredson, Glen Basner, Edward Berger, Len Blavatnik, Alessandro Bonino, Ben Browning, Alison Cohen, Danny Cohen, Alice Dawson, Harry Dixon, Zoë Edwards, Ralph Fiennes, Lorenzo Gangarossa, Mario Gianani, Robert Harris, Juliette Howell, Michael Jackman, Milan Popelka, Steven Rales, Paul Randle, Tessa Ross, Olivia Sleiter, Robyn Slovo, Peter Straughan e Cristina Tacchino.
Diretor de fotografia: Stéphane Fontaine.
Editor: Nick Emerson.
Direção de arte: Carlo Aloisio e Roberta Federico.
Figurino: Lisy Christl.
Cabelo e maquiagem: Manuela Caredda, Arianna Contaldo, Anna De Santis, Daniele Esposito, Marica Falso, Antonio Ferrigno, Laura Geri, Mario Michisanti, Elisabetta Paolucci, Francesco Pegoretti, Valeria Riccardi, Luigi Rocchetti, Riccardo Rocchetti e Giulia Tomassini.
Música: Volker Bertelmann.
Elenco: Ralph Fiennes, Jacek Koman, Lucian Msamati, Stanley Tucci, John Lithgow, Bruno Novelli, Thomas Loibl, Brían F. O’Byrne, Isabella Rossellini, Rony Kramer, Sergio Castellitto, Valerio Da Silva, Carlos Diehz, Joseph Mydell, Vincenzo Failla, Garrick Hagon, Merab Ninidze, Loris Loddi, Roberto Citran, Antonio Toma, Balkissa Souley Maiga, Romuald Andrzej Klos e Willie Jonah.

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